Sempre fui uma criança feliz e alegre. Cheio de arte e de criatividade. Um dia, sonhei que estava
brincando em frente a minha casa. Tinha um pé de eucaliptos e corri em direção a ele. Naquele
instante, apareceram duas crianças vestidas com um short azul e uma camisa branca. Elas estavam
escondidas atrás da árvore citada. Estranhei, pois essas crianças eram desconhecidas, nunca as tinha
visto. Começamos a brincar sem parar e lembro que, embora fossem crianças, tinham um semblante
diferente, assustador. Ao acordar do sonho, contei a minha mãe, que pediu que eu contasse a minha
vó. Após relatar todo sonho, minha vó falou que eu devia zelar a partir de então por uma imagem de
escultura.
A partir desse momento, passei a ter pesadelos constantes. Insônia, medo, síndrome do pânico começaram a nascer dentro de mim de forma desesperadora. Passei a ter crises depressivas e fi cava sem vontade de comer nada. Me perguntava: por quê? Achava que ia morrer, era uma tortura psicológica todos os dias e às vezes eram mais fortes. Como pode um deus que machuca seus servos? Desisti de cuidar daquela imagem por não ver resultado de nada. Sempre fui racional quanto a minha fé. Como posso crer em um deus que não fala comigo e que não cuida de mim? Fui até a casa da minha vó e devolvi a imagem a ela. Decidi que não prestaria culto àquelas imagens. Deus não divide sua gloria com ninguém. A idolatria, o culto a qualquer outro Deus é abominação ao Senhor.