sábado, dezembro 01, 2018

A ESCOLA É UM LUGAR DE ALEGRIA POR JOÃO MATOS



Mudei de escola e de professora. Aos meus olhos era tudo e todos a mesma coisa. Minha mãe continuava sua saga de nos acordar para a escola. Eu relutava todos os dias. Meu pai, dizia em suave e bom som: -Deixa esse menino mulher, ele vai ser um artista!
Até pra ser artista precisa estudar, rebatia minha mãe.
Vesti o fardamento e segue o caminho em diração a escola. Na Estrada , eu via lindas borboletas voarem em meio as flores no caminho. Elas davam um colorido a tudo e alegravam todo caminho. Minha imaginação flutuava e de repente não mais que de repente, brilhou uma luz. A Escola dos meus sonhos é possivel e eu vou inventá-la.

A nova professora da primeira série fraca era muito bem humorada e nos recebia na porta da sala de aula. Ela passeava por todas as carteiras e a ausencia de um aluno a deixava triste, logo, no dia seguinte, o aluno ausente, era abraçada e recebido com a frase:-Você faz muita falta nessa sala de aula.
Um dia ela chegou perto de mim , me abraçou e sussorou em meu ouvido, você pode aprender o que você quiser, por que você é muito inteligente. Eu apenas sorri, desconfiado para ela.
No dia seguinte, no momento da atividade,fiquei sem fazer a atividade para chamar a atenção da pró. Ela veio em minha direção, pegou na minha mão e me ajudou a rabiscar as primeiras letras e palavras e frases e textos…
Ali, começou o meu processo de alfabetização.
Cheguei em casa, fui correndo atrás dos meus colegas e convidei todos para uma reunião na padaria da minha casa. Todos vieram, pois teria olanche das três: pão pra todo mundo. Meu pai era padeiro e sempre sobrava pão das feiras livres que participavamos na cidade. Sentamos e conversamos, quantas idéias surgiram naquele momento. Quantos sonhos iam surgindo em apenas um momento de brincadeira com meus colegas? Há um ditado chinês que diz que, se dois homens vêm andando por uma estrada, cada um carregando um pão, ao se encontrarem, eles trocam os pães; cada um vai embora com um. Porém, se dois homens vêm andando por uma estrada, cada um carregando uma idéia, ao se encontrarem, trocam as idéias; cada um vai embora com duas.
Quem sabe, é esse mesmo o sentido do nosso fazer: repartir idéias, para todos terem pão...Mario Sergio Cortella
Ideias eram trocadas entre nós. Falei a todos que estava criando a Escola Luis Claúdio em homenagem ao meu irmão e também por que a casa que ele havia construido seria nossa sede. Avisei a todos teria muitas brincadeiras e lance. O pão nosso de cada dia, nunca nos faltaria. Todos adoraram a idéia e ali começava o meu amor pela docência.
Sempre começavamos as aulas com brincadeiras,depois atividades, lance e brincadeiras. O Tempo passou e nossa escola durou mais de 05 anos. Fui alfazetizado , alfabetizando meus colegas. A nossa escolinha foi ganhando credibilidade dos pais e aos poucos iamos rompendo os muros da escola. Era casamento da Maria, era desfile cívico com alegorias e banda de panelas e latas, reunião de pais e mestres. Eu e meus colegas eramos professors dos outros colegas. A medida que os alunos iam aprendendo, eles e tornavam professors também. Que aprendizagem! Quem ensina aprende ao ensinar. E quem aprende ensina ao aprender, ja dizia Paulo Freire.

A Escola precisa ser uma lugar de felicidade. Nela encontramos pessoas com as quais fazemos amizades pra sempre. Com essas pessoas dividimos nossas alegrias e tristezas, sentamos no banco da praça e passamos momentos inesquecíveis.
O que dizer da saudade que sinto
Dos momentos vividos ao seu lado, meu amigo
Aqueles dias em que eu e você
Dividimos o mesmo banco e as mesmas histórias
Casos que se repetiam entre risos e lágrimas
So pra lembrar das velhas histórias
Ao tocar a sineta da escola
Ainda nos corredores planejávamos o amanhã
O namoro secreto, as amizades rompidas,as novas construídas
E assim, era nova vida todo dia
Sentar no banco da Praça e rir de nós mesmos e da vida
Vendo-a passer tão depressa
Que de tanto ser feliz
Voastes para longe
E hoje a saudade foi o que restou…
Existem momentos em nossas vidas que deveriam se eternos, mas o mal de todas as coisas boas é terminarem cedo demais. Quantas não são as vezes que vivemos e nem percebemos como as coisas vão mudando ao nosso redor. A família que se dividi na partida dos irmãos eu vão em busca de novos horizontes, filhos que deixam seus pais, amores que se vão, momentos que passam efemeramente.
Aprendi que tudo nessa vida é passageiro, mas, existem pessoas, momentos que são eternizados em nossos corações. Oisas que levaremos para sempre em nossos corações. São tantas coisas que ficam presas dentro de nós que jamais são contadas nesta vida, so na eternidade elas serão descortinadas e reveladas.
POR JOÃO MATOS

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