Baixe a nova versão da Nova Base Nacional Comum Curricular
A base é um documento que orienta a produção de propostas curriculares estaduais, municipais, das escolas públicas e privadas. Ela explicita objetivos de aprendizagem que devem orientar o trabalho com os estudantes ao longo de toda a Educação Básica, mas não traz tudo o que é importante nesse trabalho, mesmo porque não cabe a ela essa definição. Cabe às redes, às escolas, aos professores. Mas a Base deve estabelecer os objetivos de aprendizagem para cada componente curricular que não podem deixar de ser abordados, sob pena de que os estudantes não tenham garantidos os seus direitos de aprendizagem.
Como esses objetivos de aprendizagem estão relacionados às diferentes áreas do conhecimento e aos componentes curriculares que constituem essas áreas, o texto da Base também deve esclarecer como cada uma dessas áreas se compromete com a Educação Básica e, no interior delas, como cada componente curricular contribui para que esse compromisso se efetive. Esse movimento é importante para que, progressivamente, a Educação Básica rompa com a perspectiva disciplinar que a vem orientando e para que os professores possam percebê-la de forma mais articulada. Especialmente nos anos finais do Ensino Fundamental e no Ensino Médio, etapas nas quais temos a presença de professores responsáveis por diferentes componentes curriculares e com o foco de sua atuação docente muito fortemente referenciado a um saber disciplinar, a Base deve favorecer uma visão mais articulada entre as áreas do conhecimento. A definição os objetivos de aprendizagem e sua explicitação no documento da Base deve permitir que os professores compreendam: como os estudantes se desenvolvem, ao longo da Educação Básica, em direção ao alcance de determinados objetivos; que diferentes conteúdos podem ser mobilizados para o alcance de um objetivo; e, ainda, como se modificam os contextos nos quais os objetivos são abordados. Temos clareza de que esse formato ainda não foi alcançado com pleno êxito pelo documento preliminar da BNC, mas a tarefa para a segunda versão é refinar a forma de redação dos objetivos de aprendizagem de modo que essas relações se tornem mais evidentes. E também a e de conseguir uma maior articulação entre objetivos e diferentes componentes curriculares que se fazem presentes numa mesma etapa da Educação Básica.
Desafios
Portal: Para você, professora e pesquisadora de educação, qual a importância e o desafio de colocar, sob consulta pública, um texto tão importante e complexo como esse?
HM: O maior desafio, como em qualquer processo no qual várias vozes são ouvidas com o intuito de se chegar a algumas conclusões, é o de perceber o que o conjunto das vozes querem dizer, e não apenas o que elas dizem individualmente. Seria impossível considerar cada uma das contribuições individualmente, mesmo porque há posições divergentes. É preciso, portanto, enxergar determinados padrões que se delineiam a partir do conjunto de contribuições. Esses padrões revelam tendências, indicam posicionamentos mais amplos quanto ao que se espera de um documento dessa natureza. O que se aceita ou rejeita? O que considera mais ou menos claro? O que se propõem excluir ou acrescentar? Essa, dentre outras questões, direcionam nosso olhar sobre o conjunto das contribuições com o intuito de perceber que tendências se expressam nesse conjunto.
Alguns itens da contribuição, entretanto, são bastante expressivos quando se observa a sua recorrência. Por exemplo, aqueles que se referem à pertinência de determinados objetivos e também à sua adequação a uma determinada etapa de escolarização. Esses itens nos mostram o quanto a proposta inicial dialoga ou não com o que hoje se pratica nas escolas.
Fonte:basenacionalcomum.mec.gov.b
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