Passar repelente, usar roupas compridas, não deixar água
acumulada. Afinal, o que é mais importante quando o assunto é o combate
ao mosquito Aedes aegypti? Há muitas dúvidas sobre qual método
de prevenção é o mais eficaz para ficar longe do transmissor da dengue,
do zika vírus e da febre chikungunya.O iG
conversou com a dermatologista Lilia Guadanhim, integrante da Sociedade
Brasileira de Dermatologia, e o infectologista Jessé Reis Alves,
coordenador do Ambulatório de Medicina do Viajante do Instituto Emílio
Ribas, para sanar essas questões e saber quais são os cuidados que
devemos ter em relação ao mosquito.
Repelente
Os repelentes, segundo os especialistas, são muito eficazes na proteção contra o Aedes aegypti.
No entanto, há três tipos indicados – aqueles que possuem as
substâncias IR3535, dietiltoluamida (DEET) ou icaridina. “Esses são os
mais recomendados porque há comprovação científica de que funcionam”,
explica Lilia. No entanto, cada um tem uma concentração diferente e um
tempo de duração específico.
Para crianças de 6 meses e 2
anos, é indicado somente o uso do IR3535, substância mais fraca, com
duração de 4 horas e que deve ser usada apenas uma vez ao dia. Já os
repelentes com DEET – os mais encontrados no mercado – duram de acordo
com a concentração que, segundo a dermatologista, varia de 6% a 15%.
“Quanto mais alta, maior é o tempo de duração”, afirma. Produtos com
icaridina, por exemplo, têm mais vantagens: eles duram até 10 horas na
pele e, comparados em pesquisas de eficácia contra o Aedes aegypti com os que possuem DEET, têm uma resposta melhor.
A
médica ainda alerta que o repelente deve ser passado no máximo três
vezes ao dia. “Quanto mais quente o tempo estiver, menor será a duração
do produto. O indicado é repassar quando estiver fora de casa”, adverte a
médica.
Pulseira de citronela
Os
repelentes naturais, como a citronela e o oléo de andiroba, não devem
ser encarados como uma medida única de prevenção contra o mosquito.
Segundo Lilia, eles ajudam, mas devem ser usados como
um complemento. “Ainda não sabemos, de fato, a duração deles, mas pode
ser de 20 minutos a duas horas, o que é pouco. Em tempos de proliferação
do Aedes não dá para confiar muito”, aconselha.
Fumacê e larvicida
A
nebulização de larvicida e a técnica do fumacê – pulverização de
inseticidas – são métodos que também têm efeito. “Essas estratégias
impedem que as larvas se transformem em mosquitos adultos, o que reduz o
número da população”, explica o infectologista Jessé Reis Alves. É uma
medida de controle que depende mais do poder público, mas que deve ser
feita junto aos cuidados individuais dos brasileiros.
Mosquiteiros
No
caso dos bebês, os mosquiteiros são ideais para proteção, e aí não será
preciso o uso de um produto químico como o repelente. Outra dica são
aqueles que vêm com tecidos de inseticida. Segundo Alves, é uma opção a
mais para quem quer deixar a criança bem protegida.
No
entanto, o infectologista faz o alerta de que para grávidas – público no
qual o cuidado deve ser mais intenso por causa do zika vírus, que está
associado aos casos de microcefalia – em adultos a medida não tem tanto
efeito, já que é impossível ficar sob um mosquiteiro durante o dia,
período em que o Aedes aegypti pica mais.
Telas
As telas em janelas também
devem ser usadas como um cuidado a mais na proteção contra o mosquito.
Elas diminuem a chance da picada, mas não podem ser encaradas como
medida única de prevenção, já que não são todos os locais que possuem
redes.
Raquete elétrica
Engana-se quem
pensa que a raquete elétrica pode ajudar no combate ao transmissor das
arboviroses. “Não há estudo comprovado sobre esse item”, enfatiza Alves.
O objeto seria mais adequado para matar, no caso, moscas. “O mosquito é
muito mais esperto. Ele percebe o movimento antes, o que dificultaria a
captura.”
Uso de roupas claras e compridas
O Aedes aegypti
tem fotofobia, ou seja, aversão à luz. Por isso, vestir roupas brancas
ajuda sim a afastá-lo do corpo. Além disso, calças e blusas longas e
largas também são indicadas, já que podem cobrir o máximo da pele.
Evitar água acumulada em vasos de plantas e pneus
Essa
é a medida mais eficaz, sem dúvidas. Tanto o infectologista quanto a
dermatologista alertam que, apesar do uso de repelentes e outros
cuidados, não deixar água parada e evitar a proliferação do Aedes aegypti
é a maneira ideal de fugir da dengue, do zika vírus e da febre
chikungunya. “Pensar em erradicação do mosquito está muito distante, mas
temos de reduzir o máximo possível”, adverte Alves.
Fonte:ig.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário