Mudei de escola e
de professora. Aos meus olhos era tudo e todos a mesma coisa. Minha mãe
continuava sua saga de nos acordar para a escola. Eu relutava todos os dias.
Meu pai, dizia em suave e bom som: -Deixa esse menino mulher, ele vai ser um
artista!
Até pra ser
artista precisa estudar, rebatia minha mãe.
Vesti o fardamento
e segue o caminho em diração a escola. Na Estrada , eu via lindas borboletas
voarem em meio as flores no caminho. Elas davam um colorido a tudo e alegravam
todo caminho. Minha imaginação flutuava e de repente não mais que de repente,
brilhou uma luz. A Escola dos meus sonhos é possivel e eu vou inventá-la.
A nova professora
da primeira série fraca era muito bem humorada e nos recebia na porta da sala
de aula. Ela passeava por todas as carteiras e a ausencia de um aluno a deixava
triste, logo, no dia seguinte, o aluno ausente, era abraçada e recebido com a
frase:-Você faz muita falta nessa sala de aula.
Um dia ela chegou
perto de mim , me abraçou e sussorou em meu ouvido, você pode aprender o que
você quiser, por que você é muito inteligente. Eu apenas sorri, desconfiado
para ela.
No dia seguinte,
no momento da atividade,fiquei sem fazer a atividade para chamar a atenção da
pró. Ela veio em minha direção, pegou na minha mão e me ajudou a rabiscar as
primeiras letras e palavras e frases e textos…
Ali, começou o meu
processo de alfabetização.
Cheguei em casa,
fui correndo atrás dos meus colegas e convidei todos para uma reunião na
padaria da minha casa. Todos vieram, pois teria olanche das três: pão pra todo
mundo. Meu pai era padeiro e sempre sobrava pão das feiras livres que
participavamos na cidade. Sentamos e conversamos, quantas idéias surgiram
naquele momento. Quantos sonhos iam surgindo em apenas um momento de
brincadeira com meus colegas? Há um ditado chinês que diz que, se dois homens
vêm andando por uma estrada, cada um carregando um pão, ao se encontrarem, eles
trocam os pães; cada um vai embora com um. Porém, se dois homens vêm andando
por uma estrada, cada um carregando uma idéia, ao se encontrarem, trocam as
idéias; cada um vai embora com duas.
Quem sabe, é esse
mesmo o sentido do nosso fazer: repartir idéias, para todos terem pão...Mario
Sergio Cortella
Ideias eram
trocadas entre nós. Falei a todos que estava criando a Escola Luis Claúdio em
homenagem ao meu irmão e também por que a casa que ele havia construido seria
nossa sede. Avisei a todos teria muitas brincadeiras e lance. O pão nosso de
cada dia, nunca nos faltaria. Todos adoraram a idéia e ali começava o meu amor
pela docência.
Sempre começavamos
as aulas com brincadeiras,depois atividades, lance e brincadeiras. O Tempo
passou e nossa escola durou mais de 05 anos. Fui alfazetizado , alfabetizando
meus colegas. A nossa escolinha foi ganhando credibilidade dos pais e aos
poucos iamos rompendo os muros da escola. Era casamento da Maria, era desfile
cívico com alegorias e banda de panelas e latas, reunião de pais e mestres. Eu
e meus colegas eramos professors dos outros colegas. A medida que os alunos iam
aprendendo, eles e tornavam professors também. Que aprendizagem! Quem ensina
aprende ao ensinar. E quem aprende ensina ao aprender, ja dizia Paulo Freire.
A Escola precisa ser uma lugar de
felicidade. Nela encontramos pessoas com as quais fazemos amizades pra sempre.
Com essas pessoas dividimos nossas alegrias e tristezas, sentamos no banco da
praça e passamos momentos inesquecíveis.
O que dizer da saudade que sinto
Dos momentos vividos ao seu lado, meu
amigo
Aqueles dias em que eu e você
Dividimos o mesmo banco e as mesmas
histórias
Casos que se repetiam entre risos e
lágrimas
So pra lembrar das velhas histórias
Ao tocar a sineta da escola
Ainda nos corredores planejávamos o
amanhã
O namoro secreto, as amizades
rompidas,as novas construídas
E assim, era nova vida todo dia
Sentar no banco da Praça e rir de nós
mesmos e da vida
Vendo-a passer tão depressa
Que de tanto ser feliz
Voastes para longe
E hoje a saudade foi o que restou…
Existem momentos
em nossas vidas que deveriam se eternos, mas o mal de todas as coisas boas é
terminarem cedo demais. Quantas não são as vezes que vivemos e nem percebemos
como as coisas vão mudando ao nosso redor. A família que se dividi na partida
dos irmãos eu vão em busca de novos horizontes, filhos que deixam seus pais,
amores que se vão, momentos que passam efemeramente.
Aprendi que tudo
nessa vida é passageiro, mas, existem pessoas, momentos que são eternizados em
nossos corações. Oisas que levaremos para sempre em nossos corações. São tantas
coisas que ficam presas dentro de nós que jamais são contadas nesta vida, so na
eternidade elas serão descortinadas e reveladas.
POR JOÃO MATOS
Nenhum comentário:
Postar um comentário