domingo, dezembro 13, 2015

'Domingo Show' passa audiência da Globo com histórias de superação


O "Domingo Show" já estava na terceira de suas quase cinco horas de duração, ao vivo, às 13h30 do domingo (6), quando o guitarrista paraense Ximbinha (ex-Chimbinha) entrou no cenário com Thábata, vocalista do XCalypso. A banda escolheu o dominical da Record para mostrar uma música inédita após o rompimento com Joelma.Geraldo Luís, 44, aproveitou para repetir uma notícia que recebera da produção. "E agora, a expectativa do Brasil: obrigada a todos vocês pelo primeiro lugar, novamente", dizia, estendendo a mão esquerda à câmera.

Pelo segundo domingo consecutivo, o programa ultrapassava a audiência da Globo –naquele horário, o musical "Esquenta", de Regina Casé, com Daniela Mercury, Paula Fernandes e MC Soffia.Desde setembro, o "Domingo Show" tem incomodado, e algumas vezes vencido, a concorrência. O placar, até hoje, conta cinco vitórias para a Record, quatro derrotas e cinco empates.É um feito inédito nesse horário para a emissora, que apostou na figura popular de Geraldo Luís para "dar vida para o horário" aos domingos.

O apresentador se notabilizou no vespertino "Balanço Geral", em que comentava reportagens de cidades e crimes acompanhado por um galo, um anão e um assistente fantasiado com a máscara do personagem Pânico –os dois últimos o seguem no domingo.Na sala em que aguarda para entrar no palco (vai ao ar uma reportagem sobre a reconciliação da cantora Mara Maravilha com o pai), o comunicador inclina-se em direção à repórter e diz que "o problema do domingo está resolvido".

"Luto contra monstros da TV", diz, referindo-se aos concorrentes. Além de Casé, ele enfrenta Celso Portiolli e seu "Domingo Legal" no SBT.Acredita que antes de seu programa –basicamente, a soma de narrativas de superação, sonhos realizados de personagens humildes e entrevistas com personalidades– "não se contavam mais histórias na TV brasileira".

"A televisão quis ficar moderna demais, e o povo é simples." Ele resume a fórmula do sucesso: contar "histórias do povo", fazê-lo se reconhecer na TV, com uma linguagem de vendedor. "Tenho que fazer algo sensacional para prender o telespectador por quatro horas", explica.No último programa, a história foi a da cearense ("o Nordeste é um celeiro de histórias maravilhosas") Lindalva, que vivia em uma casa de barro sem banheiro e ficou famosa por um vídeo em que pedia um par de chinelos novos.
Ela realizou dois sonhos na TV: conheceu Beto Barbosa (o rei da lambada) e o mar. Ganhou casa nova, dinheiro para os móveis e uma "transformação" em um salão de beleza. Lindalva ficou atrás de um biombo por duas horas, enquanto a reportagem era contada. Saiu de penteado feito, roupas novas e dentadura. "Sensacional é mudar a vida das pessoas", afirma Geraldo.O apresentador não acredita que isso possa soar como exploração da miséria. "As pessoas não têm onde pedir e veem o programa de televisão como esperança", conta ele. A produção recebe 7.000 pedidos de ajuda por mês.

Fonte : Folha de São Paulo

GABRIELA SÁ PESSOA
DE SÃO PAULO

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