Tudo bem que o aumento da incidência é 20 vezes maior de 2014 para 2015,no entanto, a forma de combate é a mesma desde alguns anos atrás. Quantos brasileiros, nordestinos, precisarão ainda chegar a óbito por conta desse mosquito? Essa pergunta já era feita há alguns anos atrás. Olhem para o lar de vocês e façam a seguinte reflexão: Eu conheço alguém que já teve dengue ou já ouvi falar que alguém morreu por conta da mesma ? Não é de hoje que temos esses enfrentamentos, como também não é de hoje que viemos a ter sucessivas derrotas contra o mesmo problema.
Houve um período de controle sobre a proliferação do mosquito e quando chegamos a este momento, de certa forma impulsionada por parte dos Gestores de Saúde, seus alertas tiraram as luvas e deram um descanso achando que o adversário estava controlado. Doce engano! As Políticas Publicas de Saúde afirmam em seus textos cientificos que trabalham de forma planejada e prioritária. Por muitas vezes na prática vemos que não.
Apagar a chama e trabalhar de forma demandada e espontânea tem sido o forte nos últimos anos, principalmente quando não se tem recursos para tais enfrentamentos. Ahh.. isso não é culpa nossa, a população precisa se educar, não deixar recipiente de água em exposição, virar as garrafas para que não acumule água, cobrir tanques e cisternas, dentre outras atividades que a população poderia ajudar. Onde há falhas a culpa é social. Até quando? O povo precisa de informações, ser educado em saúde para que possa adquirir práticas e tomar medidas. Onde está a Atenção Básica para fomentar essas discursões? Onde está a Vigilância em Saúde para prestar essas informações? E quando pergunto por esses órgãos é porque cobro algo mais criativo, mais eficaz, e continuo.
Mais do que entrega de panfleto contendo informações, palestra nas escolas explicando sobre dengue, cobramos movimentos que contribuam de forma prática na vida das pessoas, no seu cotidiano, visitas pontuais e continuas, conversa olho a olho, práticas de higienização de espaços urbanos dentre outras medidas.
Somos técnicos em saúde, passamos anos na faculdade, anos estudando especificamente sobre processos de saúde, nos apresentamos socialmente enquanto trabalhadores, então teremos que ter responsabilidade sobre o que está acontecendo. Não é possível que em pleno século XXI, as recomendações venham a regredir tanto em tão pouco tempo. Especialistas aconselhando as mulheres não engravidar, e as que já estão em gestação por favor, no calor de 42º ao qual estamos vivenciando, usem camisas de mangas cumpridas, calças longas, repelente no corpo todo e durante o dia todo e detalhe, não saiam de casa e mantenham a todo custo as portas e janelas fechadas. Difícil de acreditar.
Doe perceber e ver várias mulheres nesse movimento, porém outro não há? Centenas de crianças nascendo com Microcefalia por conta do Zika Vírus, centenas de crianças que dantes “protegida” no útero materno e nada tem a ver com as más questões sociais as quais estamos passando sendo vitimas de sintomas neurológicos e outras que nem expectativa de vida tem. “Nascidos para morrer”, parece até nome de filme de terror. Filme não é o terror real. É a nova promessa de geração, “Uma Geração Microcefálica”. Agora o governo quer investir, o estado de Pernambuco, promete investimentos orçados em 26 Milhões para combate e tratamento de crianças. Contratação imediata de especialistas como Fisioterapeutas, Fonoaudiólogos dentre outros para o trabalho de estimulação precoce para essas crianças, que sofrem sem saber como vão viver e vão sofrer sem saber muito o porquê foram às escolhidas desse sofrimento.
Por Lucas Dias
Fonoaudiólogo
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