quinta-feira, março 03, 2016

LEITURA E ESCRITA :O problema está na forma

A escola pública brasileira reproduz o discurso ideológico dos donos do poder que tentam a todo custo nos convencer que não somos um país de leitores e escritores.Vítima de uma educação descontextualizada,nós somos reféns dos colonizadores que até hoje querem nos alienar, nos fazer pensar como eles, acreditar nas suas falsas verdades.
Monteiro Lobato nos dizia que um páis se faz com homens e livros. Pois bem, esse mesmo celebre escritor é brasileiro e por que não lembrar de Vinicus de Moares, Paulo Coelho, Paulo Freire, Cecília Meireles,João Ubaldo Ribeiro, e  nossos escritores que compoem a constelação da Literatura brasileira, foram sepultados?
Silva (2010) nos diz que pior do que a aridez das terras e a aridez das mentes. O papel do colonizador era nos manter presos a ideologia do dominante e assim vamos reproduzindoo discurso destes que querem nos manter em gaiolas ideológicas ou na caverna.
Somos um país de leitores e escritores sim! Precisamos melhorar na eitura e escrita e quem não precisa? Existe alguem ou algum país onde as pessoas tenham o pleno dominio de todo conhecimento? Quer dizer que os países em desenvolvimento precisam melhorar, avançar por que estão sempre atrazados e os desenvolvidos estãosempre prontos, terminados?

Precisamos de uma educação contextualizada que toque o outro, que nos emocione.pois sem paixão não há compromisso.Contra isso, existe opensamento dominante Silva(2010).
A leitura e a escrita que é objeto de debates nas universidades e tema de muitas jornadas pedagógicas cumprem o papel de reproduzir essa ideia denunciada acima. A leitura e a escrita não é um problema, a problrmática está presa a forma, metodologia, estrat´gias que usamos para trabalharmos com a mesma na escola. Minha sobrinha de 02 anos de idade, sentada na sala da minha casa, abria livros e contava as estórias que estavam ali.Letramento. Como dizia Freire, a leitura de mundo precede a leitura da escola. A leitura como prática social não pode ser vista de forma singular. Ela faz parte da vivência de todo ser humano. Ela existe independentemente da forma sistematizada como a escola a utiliza. Quando se está na rua e lê-se um cartaz, um nome de uma casa comercial, o nome do Ônibus, a bula do remédio, enfim, até mesmo um simples olhar de uma pessoa nos faz perceber ler estado emocional.
 Ela se debruçava sobre os livros por horas.Não estou querendo aqui dizer que nossos alunos e alunas são proeficientes em leitura e escrita,mas quero aqui elucidar sobre como somos conhecidos mundo a fora e em tempo provocar uma discurssão entre educadores no que tange as dificuldades que enfrentamos para nos despreender das falsas verdades que incorporamos na nossa praxi docente.
Para Cagliari (1989), a leitura é a continuação da escola na vida das pessoas, o que se precisa aprender na vida deve ser conseguida através da leitura fora da escola. Os vários problemas que os estudantes se defrontam ao longo de sua escolaridade, são decorrentes das dificuldades em leitura, muitas das vezes o aluno ler e não entende o que leu e acaba se prejudicando, a escola precisa ensinar os alunos a ler e entender todos os tipos de textos, a leitura não pode ficar restrita a literatura e ao noticiário. Porque ler é uma tarefa bastante complexa, que envolve várias temáticas, como: semântica, cultural, ideológica, filosófica, fonética, etc.
A leitura é o segredo para o bom desempenho do aluno/aluna, como afirma Cagliari, (1989):
A leitura é, pois uma decifração e uma decodificação. O leitor deverá em primeiro lugar, decifrar a escrita, depois entender a linguagem encontrada, em seguida decodificar todas as implicações que o texto tem e, finalmente, refletir sobre isso e formar o próprio conhecimento e opinião a respeito do que leu. A leitura sem decifração não funciona adequadamente, assim como sem a decodificação e demais componentes referentes a interpretação, se torna estéril e sem grande interesse.
Infelizmente a escola se preocupa muito mais com a escrita do que com a leitura, isso se deve ao fato da escola ter mais facilidade em avaliar os erros e os acertos da escrita. Porém, deveria dar à mesma ênfase a leitura, pois no mundo em que se vive é muito mais importante ler do que escrever. Uma criança que lê desde cedo, terá um desempenho escolar e fora dela bem melhor do que uma criança que não ler.
A leitura não pode ser vista como uma atividade secundária na sala de aula ou na vida, tratada com descaso pelo professor, por achar a escrita mais relevante, entretanto, a leitura deveria ser o maior legado que a escola proporciona aos estudantes, porque esta é uma fonte permanente da educação, com ou sem a escola.
As atividades escolares de leitura não podem ficar restritas só a cultura das crianças, é importante começar com os saberes das mesmas, mas é preciso se ampliar gradativamente essa cultura, principalmente num país como o Brasil, tão rico em diversidade cultural. Pois a escola deve acompanhar a evolução do mundo, não esquecendo as tradições, mas encontrando um equilíbrio entre o que se sabe e o novo, levando o aluno/aluna a fazer uma leitura crítica, questionadora dos fatos, porque nem tudo que parece ser verdade o é.
Segundo Barbosa (1994), o leitor vai se transformando e se aperfeiçoando conforme as necessidades externas, sendo assim, investigações indicam uma certa semelhança entre o processo de aprendizagem da fala e a aprendizagem da leitura, porque se é falando que a criança aprende a falar, é bem provável que é lendo que a criança aprende a ler.
Ensinar a ler não é simplesmente decodificar palavras, porém buscar um novo sentido para o que se lê. Isso é letrar. Sendo necessário que a alfabetização não fique num saber acumulado e sim numa perspectiva de um saber produtivo. Aprender e compreender que o ato de leitura ajuda na sua auto-estima, no crescimento maturacional, na formação da personalidade e o papel de interferir em decisões modificadoras do cotidiano, da vida prática, pois a educação atual está a exigir de nós uma nova postura pedagógica em que o conhecimento seja mediador do diálogo entre o que aprende e o que ensina.
 Para que se consiga uma leitura sólida e prazerosa é importante que o educador/educadora e educando compreendam a função da leitura e principalmente, o porquê de ensiná-la e querer aprendê-la no decorrer de nossa pesquisa. Esse processo não deve acontecer somente em dias marcados e atividades específicas, mais deve ser um trabalho contínuo.
Para Penac (1993) só o prazer de ler é capaz de resistir,pois ele não tem imagem,mesmo televisual  e mesmo sob a forma de avalanches cotidianas, o que constitui uma fruição de alquimista.
O processo de estímulo da leitura deve se consolidar ao longo da prática diária. Faz-se necessário pensar uma alfabetização que incentive a criatividade, o raciocínio, o desejo de aprender e a responsabilidade com o auto-desenvolvimento e o desenvolvimento social. Enfim, podemos afirmar que alfabetização só ganha sentido na vida dos educandos se eles puderem aprender algo mais que juntar letras, eles precisam desenvolver junto com o aprendizado da escrita, novas habilidades cognitivas, compreensão, elaboração e controle da própria atividade, precisam também criar novas motivações para transformarem a si mesmos e o meio onde vivem.
A vigência de habilidade de analfabetismo na vida cotidiana é bastante clara: no trabalho, nas ruas para se orientar, na hora de fazer a lista de compras, todos se deparam com situações que necessitam de leitura ou produção de símbolos escritos, não se faz necessário justificar a persistência na obrigação que tem as escola de desenvolver nas crianças habilidades de analfabetismo que as tornem capazes de responder a essas demandas em situações da vida no dia-a-dia, mas que os professores tenham um envolvimento profundo para que se possa construir uma aprendizagem significativa, dando um suporte aos alunos/alunas.
Ensinar a ler e escrever esbarra no papel do professor como protagonista desta pratica, mas como tornar o aluno leitor e escritor uma vez que encontramos dentro da escola tantos desafios a se vencer?Não podemos perder as esperanças. Os dados estatísticos nos amedrontam, mas, precisamos fazer o diferencial e a especialização do professor ainda é uma das saídas apontadas por muitos educadores.Magda Soares (2005.p.73), aponta “que:”

 A escola comprometida com a luta contra as desigualdades o que se pode fazer é vitalizar e direcionar adequadamente as forças progressistas nela presentes e garantir às classes populares a aquisição dos conhecimentos e habilidades que as instrumentalizem para a  participação no processo de transformação social”.

Dessa forma se a escola trabalhar na sua prática pedagógica, tendo uma visão mais abrangente do que seja leitura e escrita,alicerçado numa concepção interacionista, estará assim alcançando um nível de trabalho mais eficaz e satisfatório que elevará o conhecimento e a compreensão do educando em relação a escrita e a leitura e a sua relação com o mundo, sua finalização não significa acabamentos ou certezas. É preciso continuar atento às vozes que sussurram diariamente novas perguntas. Essas trazem possibilidades de entrever outros caminhos, encontras outras respostas, compreender os sujeitos na sua singularidade.

 Magda Soares, do centro de Alfabetização, leitura e escrita da Faculdade de Educação Da universidade federal de Minas gerais afirma que é o convívio muito cedo da criança com o livro,a revista,o jornal,com as diversas práticas de leitura e de escrita que contribuirão para formar possíveis leitores e escritores na escola.Não basta também somente o acesso a esses materiais,as crianças precisam ser envolvidas em práticas para aprender a usá-los,como em roda de conversa,contação de histórias leituras de livros,sistemas de malas de leitura,de casinhas,de cantinhos.

Ainda segundo Soares um programa de formação de leitores deve se preocupar com o desenvolvimento do professor como leitor,pois se a pessoa não tiver prazer no convívio com o material escrito ,é muito difícil passar isso pras crianças. E nesta direção Para Freire (1996,p.95)confirma que não podemos ensinar o que não sabemos.

Freire (1996) sempre nos comove e sugere reflexão revelando que devemos ser professores da esperança, que nos anima apesar de tudo. Ser professor a favor da beleza de minha pratica pedagógica, beleza essa que dela desaparece se não cuido do saber que devo ensinar se não brigo por este saber, se não luto pelas condições materiais necessárias sem as quais meu corpo, descuidado, corre o risco de amofinar.






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