quarta-feira, março 02, 2016

O orgulho negro e a literatura

Há poucas semanas, a apresentação da música Formation no intervalo do Super Bowl, final do campeonato de futebol americano dos EUA, e o posterior lançamento do clipe da mesma música de Beyoncé trouxe a tona discussões antigas sobre a posição do negro na sociedade contemporânea e mais especificamente, na terra do Tio Sam. A cantora exalta traços negros como o cabelo afro da filha, Blue Ivy, de 4 anos, e seu nariz de Jackson Five – grupo que lançou Michael Jackson e seus 4 irmãos –, enquanto lembra marcos da história da luta negra em seu país, como o famoso discurso I have a dream (Eu tenho um sonho, em tradução livre), do pastor batista Martin Luther King (1929-1968) e a atuação do ativista Malcom X. A despeito de críticas possíveis à canção, o tema me fez pensar no que eu sabia sobre a história e o ser negro na atualidade.
Lembrei do livro Entre o Mundo e Eu, do também norte-americano Ta-Nehisi Coates (144 págs., Ed. Objetiva, tel. 21/2199-7824, 25,50 reais). Eu li uma resenha sobre o título no final do ano passado e comecei a ler, motivada pelo vídeo da musa pop. A narrativa é uma carta do autor endereçada ao seu filho que acaba de completar 15 anos. Eu diria que é uma experiência dolorida, incômoda, mas necessária. Coates é ácido e cético ao narrar como se sente “vivendo dentro de um corpo negro”, o que isso significa para ele e como sente seu corpo correndo risco a todo o momento. Sua leitura de mundo é bastante pessimista, a meu ver. Mas sei que estou em uma posição diferente. Nem vivo em um corpo negro e nem estou nos Estados Unidos da América, o que torna impossível entender na plenitude o que sente o autor. Fiz o exercício de tentar me colocar na posição dele, pois acredito ser sempre uma grande oportunidade de aprendizagem. Logo, recomendo que você também o faça.

Aproveitando, sempre vale lembrar do nosso Especial África e Brasil que além de informações super interessantes sobre como nosso país e o continente além-mar estão intimamente ligados. O texto traz uma lista de livros  muito útil sobre o tema e orientações sobre como tratá-lo em sala de aula.
Anna Rachel
fonte:http://revistaescola.abril.com.br

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